domingo, agosto 27, 2006

poesia

Azul o céu,
Entre as estrelas tímidas do dia.
Tempestade se foi tarde,
E beijos não duram mais que um sonho.

Água que corre face abaixo,
A mão que acaricia o rosto triste
E brilha os olhos à luz da Lua.
Nenhuma outra a mim conduz.

Sou canto vazio de silêncio
Que pulsa o vinho na garrafa a dançar;
Sou verso livre e trajado de espinhos,
Que ao sonho e ao toque reagem ferindo
A alma a as mãos do poeta a rimar.

Nada mais me traduz.
Dicionários, bibliotecas,
Músicas...
Nada.

Estou na complexidade dos ventos,
Nos caminhos do infinito
e nas cartas de amor.

D. Lordello
06/08/06

É



É poema partido em pedaços,
É lixeira acolhendo meus versos,
Desde sempre, meus dias diversos
Fluem no tempo – suspiros escassos.

É o instinto que bate no peito,
Contra a corda, o gatilho e o desejo.
É a vida, sem causa e efeito,
Ignóbil e profunda ao que vejo.

Rente a toda abstração,
Que semeia no vento o sentido,
Sinto ser somente estação.

Claro em versos, razão,
Nos papéis um riscar contorcido
Nos espelhos poemas, canção.


D. Lordelo
17/04/06

Conselhos e Convívio

Sorri.
Mostra teus desejos,
Teus medos e receios.
Faces.
Sorri.
Quero ver tua vida,
Quero ser você
Vivendo.
Sorri,
Que é curta a vida.
Lança teu eco,
Não economiza!
Quebra paredes,
Quebra rotina,
Quebra a tristeza,
Bela menina!
Sorri.
Me ensina...

Dança.
Roda tua saia,
Roda a fogueira
Cigana mulher.
Beija-me,
Me faz derreter,
Me faz entreter
Fazendo o que quer.
Gira meu mundo,
Gira tua trança,
Gira o infinito,
Bela menina!
Dança.
Me ensina...

Vive.
Entrega-te às chuvas,
Às somas, loucuras
divide.
Vive.
Voa aos bandos,
Olha de cima,
Pousa onde queres,
Menina!
Me leva, me guia,
Que a utopia sozinha
Não presta.
Se resta um pouco de
Sonho,
Grita aos homens,
Grita aos anjos,
Grita atrevida,
Bela menina!
Vive.
Me ensina.



Daniel Lordelo
24/10/05