domingo, janeiro 08, 2006

Sonhos, dores e declarAÇÕES de amor



Vontade de dormir agora e só acordar dia 19, de enfim viver o sonho de uma vida e que mesmo irreal possa mostrar-me um fio de possível futuro. A mesma vontade de perder-me em devaneios e entorpecimentos, de até lá esquecer minha história e o nome dela; para que assim eu me esqueça de mim, para que eu viva a alma do mundo e o lado bom do amor.
Um leve suspiro faz respirar seu perfume, cerro os olhos e mesmo assim a vejo, sinto como se parte de meus medos ganhassem forma e me desse um prazer indescritível. Sinto o paradoxo de sentimentos que desabrocham sem cerimônias, e pareço-me despreparado para tanto vazio, mas que toma espaço de um mundo em minh’alma.
Tolice é pensar que estou incompleto. Não vim ao mundo faltando um pouco de alma, faltando um grama de sonho. Não, vivo buscando mestres, buscando outras mãos que me acompanhem neste bosque, que me ajudem a remar por estes rios e me levem mais longe do que iria sozinho. O caminho tona-se mais fácil ao lado de quem se ama, por isso preciso dela, uma foto sequer tenho. Tenho porém o gosto de seu beijo e o perfume de sua pele. Tenho o que mais tarde virá a ser flor, o que é mulher e foi anjo, o que para mim tornou-se sonho, mel.
Compartilho da alma dos homens, por isso bebo de suas fraquezas. Talvez sejam elas que nos façam ter sede, fome e saudade; sejam elas nossa verdadeira escola, e por elas pequenos homens se tornaram deuses, imortais na alma da existência. Quase me sacio de viver meus erros, quase os aceito e idolatro-os como parte de minha essência. Na verdade é isso que realmente são.
Mas não me julgo por perder-me no amor. É o mais real dos labirintos e o mais traiçoeiro. Desistir de cruzá-lo? E por que viver, senão para chegar ao outro lado?
Cada qual escolhe seu caminho. O meu é pensar nela e ver em sua boca o mapa que conduz à eternidade, sentir na natureza e em suas vozes o canto de seu nome, e em meus braços o porto do seu corpo.