sábado, março 25, 2006

Olhos - nuvens - oceano

Fecham-se as janelas, óbvio.
Chovem tempestades, vejo,
Doem no soluço meus desejos,
Guardo dos teus beijos a saudade.
Neste inverno de águas salgadas,
Cartas marcadas e marcas eternas...

Feridas, lágrimas, dúvidas,
Partidas, mágicas, dívidas.

Vaga a embarcação como vaga minh’alma:
Sem direção nem sentido;
E o horizonte se desdobra entre as ondas,
E a esperança entre as pedras, abrigo;

Caudalosas correntes que me prendem,
Dos fantasmas espelhados que arrodeiam-me de perto.
Sou reflexo, luz vagante nos tormentos,
Nas paixões celestiais sou sofrimento,
Entre mares e oceanos sou deserto.