terça-feira, fevereiro 28, 2006

Estes dias de sempre...



Eu, que não me encontro em mim mesmo,
Que desperdiço meus sonhos,
Que vivo escravo dos erros,
Experimentando toda forma de saudade...

...Eu, antes moleque, hoje menino,
Deitado na grama e sorrindo,
Perdido em outros olhos, ilhas,
Respiro o último ar de amor...

...d’Ela, que me apresenta distante,
E vive tão diferente
em seus gostos e gestos,
Enigmaticamente diversos
Do que chamo de ‘dor’.

São mil vidas,
Mil formas de arte
Na mesma mulher.
Humanos, ‘profanos’ desejos,
Reforçam os segredos
De quem sabe o que quer.

Prossigo, novamente sozinho,
As velhas estradas da insônia;
Meu sonho – distante caminho –
Ri de mim sem qualquer parcimônia.

Já os versos, mapas da alma,
Nos inversos momentos de calma,
Adormecem.

Rimam febres com delírios,
Plantam Dor e colhem Lírios
Onde só com ardor florescem.


D. Lordelo
02/02/06