terça-feira, fevereiro 28, 2006

À Humana/Idade

Vivo somente.
Lúcido, alucinado;
chego a rogar os teus pecados
em minha rotina demente.

Mente. Mata-me,
em pôr-de-sóis indecentes.
Sentes. Cala-te,
para chorar novamente.

Ver-te, velada verdade
– que a idade tomou como flerte –
vozes, mãos, humana/idades;
todas as atrocidades que o mal tomou por deleite.


Dói, ao me ver
no espelho refletido.
Arrítmica destreza
com que passam-se os anos.


Sou fera, sou bicho;
ao teu lado sou menino.
Invejo, desejo
(entregue a este vício)
unir-me ao teu
incerto destino.



Daniel Lordelo
11/10/05