sábado, novembro 26, 2005

Ainda Ostras...




Deitar a cabeça no travesseiro ao fim de todo um dia de luta, e, através de um duro amadurecimento, perceber que nem ao menos empregou as horas disponíveis numa simples – mas importante – excentricidade, é ter a certeza de que ou você adquiriu uma bela e tão almejada perfeição, ou sua criança interior (este ser hoje esquecido por muitos, mas que luta incansavelmente por mais atenção; este pequenino exemplo de pureza sensata, de amor a aventuras sem medo das conseqüências) está sofrendo, no canto, sentada, chorando.
Ah, isso acontece muito! Pois é muito mais fácil, muito mais cômodo se deixar levar pelos medos, pela covardia e racionalidade. Será mais seguro se esconder na caverna com medo das sombras lá fora? O que será que a luz pode revelar?
A verdade é uma jóia jamais lapidada, é inescrupulosa, atrevida, mas jamais, jamais será egoísta. Somos dia-a-dia condicionados a fugir do passado e dos espelhos, e aceitamos. Aprendemos com os homens a pôr mais e mais fechaduras em nossa porta, com medo de quem poderá entrar. E nos isolamos. Não arriscamos, não vencemos, não seguimos...
Ainda que tentássemos entender o que os filósofos diziam em suas teorias, e em busca da verdadeira essência de suas palavras, perseguíssemos o caminho que nos dirige até tais verdades, por nossa própria natureza jamais conseguiríamos. Porque na simplicidade mascarada de belas teorias é que se encontra o mais valioso ensinamento; mas o homem, dotado de fenomenal (in) capacidade, julga-se superior aos selvagens que com tão frágil instinto conseguem tirar do tão pouco sua sobrevivência – sem julgar conceitos, ensinamentos, loucuras; sem procurar sentido divino em um simples escarro...
Por isso, por nossa burra vontade de “divinar-se”, é que jamais alcançaremos a verdade.