domingo, novembro 13, 2005

Análises



Certas vezes penso em desistir.
Corro para o fundo de mim, para o canto mais distante e inexplorado de minh`alma, para só assim buscar repostas para as dúvidas da existência, as falhas de minha essência. Carrego ainda cicatrizes dos tropeços, e ainda dói quando penso no Amor. As feridas são eternas, a cura, momentânea ; mas a força para reerguer-se, esta jamais se perde.
Interiormente percebo que mudei pouco. Ainda persistem as mesmas cenas em que me torno servo dos phatos, averso às razões. Nos meus poucos momentos de lucidez compreendo que viver não é tão fácil quanto pregam os capitalistas e cristãos. O dinheiro não resolve as armadilhas da solidão, assim como a religião não esclarece por que se sofre de amor nem por que estamos na Terra mas devemos viver pra Aquele que está nos céus, caso contrário seremos castigados...
Por mais que o que sinto tente convencer-me do contrário, acredito que o caminho da felicidade se constrói e se trilha dentro de cada um de nós, mas como este processo é mais complexo, optamos por criarmo-nos na idéia de que outra pessoa será responsável por alicerçar o nosso êxtase emocional, a nossa felicidade.
A religião prega-nos o caminho à felicidade eterna de forma simples: basta perder-mos nossa capacidade de questionar, de pensar e viver. Fácil? Para alguns...
É uma arma alienatória e inteligente, visto que buscar tal realização pelos meios “terrenos” é difícil e muitas vezes a felicidade é momentânea, oca, falsa.
Muitos preferem o romance como solução, mas poucos têm a força necessária para lidar com as possíveis perdas e decepções, o que é inevitavelmente pior.
O vazio aumenta...
A evolução humana prova-nos que ao tempo em que enriquecemos emocionalmente, a capacidade para conviver com tais emoções e suas demandas permanece intacta. Evoluimos fisicamente, psicologicamente somente de forma racional, mas não aprendemos, digo todos, à reconhecer nossas fraquezas emocionais, e queremos mais e mais; não nos contentamos com poucos tropeços, queremos adiquirir imunidade à eles tropeçando.
Ainda falta muito...
Mitos ainda surgirão para tentar explicar os mistérios do mundo, dos mundos. Falsas doutrinas cairão e o racionalismo prevalecerá corroendo o que ainda falta de incompreendido em nosso âmago, mas serão somente mitos e doutrinas falsas. A verdade, o íntimo, estes pertencem a cada ser, a cada veia pulsante, a cada mente, mas nem ela se compreende...
O cume calmo de cada homem, ao ser explorado, ruirá em meio as tempestades das dúvidas, e suas respectivas respostas. Ninguém entende, nem eu tenho muita idéia do que sinto, do que escrevo talvez, resta contemplar os mistérios da vida, e não entendê-los é o que a torna mais interessante, é o que nos faz ver o quanto somos ínfimos perante o mundo. Desvendaremos a física, jamais a filosofia; desvendaremos o corpo, jamais a alma; exploraremos o Amor, jamais o entenderemos...