domingo, novembro 13, 2005

SÍNTESE

Por quantos séculos ou
segundos se estenderá a
dor humana?

Pego a sentir-me um
covarde perante os sonhos.
Às dores não mais resisto,
aceito-as;
a esperança? Farta-me com
ilusórias promessas de vingança
ao falso sorriso em débeis
fotografias.

Ávido,
bebo o vinho doce do
pecado, ante a cruz
Daquele que perdeu-se
no medo dos homens
de Deus.

Depressiva / mente, ponho-me
às mãos do destino;
entrego-o as tardes perdidas,
os sonhos, as dores e desejos
suicidas.

Amargas feridas que o
meu dedo toca, e na
dor sinto a vida:
contaminada pelos erros
meus.

Sigo blasfemando
e contando os dias,
vítima das circunstâncias
e lembranças do choro
ao me ver recém-nascido;
chego a sorrir o dolorido
ao desejar a doce infância:

a melhor fase que
jamais tive...
Daniel Lordelo
21/05/05